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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ações podem garantir aposentadoria em tempo 4 vezes menor

02 de outubro de 2010 • 07h00 • atualizado às 07h00.

A preocupação do brasileiro em garantir um futuro financeiro razoável está aumentando, como indica o crescimento da arrecadação da previdência privada, mas ainda é restrita a uma pequena parcela da população. Segundo dados de uma pesquisa feita a pedido da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o número de famílias brasileiras que pretende poupar para o futuro cresceu de 29% em 2008 para 44% em 2009, mas apenas 4% de todas as famílias brasileiras investem em previdência privada. Para especialistas, dedicar um tempo para estudar e aplicar em papéis na Bovespa pode resultar em anos de antecipação da aposentadoria tranquila.
De acordo com o gerente do Instituto Nacional de Investidores (INI) Paulo Portinho, colocar as fichas apenas na poupança pode atrasar a aposentadoria em até quatro vezes em relação ao tempo que leva uma pessoa com conhecimento do mercado financeiro.
Em uma simulação partindo de patrimônio zero, uma pessoa que consegue poupar 20% da renda anual e investe tudo em poupança e renda fixa conseguiria acumular patrimônio suficiente para viver apenas dos rendimentos em um prazo de 55 anos, levando em conta uma rentabilidade média de 7% ao ano (a caderneta rende 6,17% ao ano + Taxa Referencial) e inflação de 4%.
No mesmo cenário, uma pessoa que tem maior conhecimento em fundos de renda fixa e títulos públicos e que conseguisse rentabilidade nominal de 9%, levaria 33 anos para atingir um nível em que o rendimento do patrimônio é equivalente a 100% dos seus gastos médios para viver.
Já uma pessoa iniciada no mercado de ações pode conseguir rentabilidade média de 20% no ano, com uma carteira focada em longo prazo e reinvestimento de dividendos, levaria 15 anos para atingir o nível esperado de riqueza. Ao simular o mesmo cenário em uma previdência privada na Caixa Econômica Federal, seria possível alcançar a tranquilidade financeira para a aposentadoria em 38 anos, com um perfil arrojado de até 49% dos recursos alocados em renda variável.
Segundo levantamento de Portinho, um investidor que colocou R$ 1 mil por ano em papéis de Vale, Marcopolo, Petrobras, Gerdau entre 1996 e 2009, sem reinvestir os dividendos, atingiu uma riqueza de, aproximadamente, R$ 1,2 milhão, com as cotações de dezembro de 2009.
"O segredo está em comprar empresas de crescimento, que apresentam um histórico de lucro e renda bruta em ascensão. Elas geralmente custam um pouco mais, porém têm uma expectativa maior de alta. O que vai fazer diferença em seu portfólio é comprar estas ações a um bom preço. Reinvestir o total de dividendos também é importante para reduzir o tempo de ''semeadura''", afirma Portinho.
Para a analista técnica Adriana Feijó, que criou uma carteira para dar tranquilidade ao futuro da família, empresas com estrutura sólida são as mais apropriadas para investimento de longo prazo, mas com a devida diversificação entre os setores.
"À medida que tenho capital disponível vou lá, utilizo análise gráfica para encontrar um bom ponto e vou comprando aos poucos para fazer um preço médio. Coloco e esqueço, não requer muito tempo. Em carteiras de longo prazo, o mercado tem momentos de queda mais abruptas, mas faz parte", afirma Adriana.
Segundo Adriana, fundadora do site Mulheres de Valor, uma boa dica para proteger-se dos momentos de baixa intensa é estabelecer um teto de lucro e fazer a realização (venda) quando atingir o percentual. Por exemplo, ao atingir uma rentabilidade de 50%, vende-se e se espera um pouco para entrar de novo no mercado. "Tem gente que tinha carteira de longo prazo há dez anos, com ganhos de cerca de 300%, e ficou negativo com o crash de 2008. Realizar um pouco diminui esse risco."
Quem não tem tanta intimidade com o mercado de ações pode optar também por um fundo de investimento. "No fundo você investe com um grupo, como um condomínio, todos seus custos são diluídos. Quando compra sozinho só depende das suas aplicações, se você vê uma oportunidade de compra e não tem dinheiro, não tem o que fazer. Em um fundo, durante a crise, se você não tinha dinheiro outra pessoa teve e conseguimos comprar ações a preço mais baixo. Além disso, é possível investir em várias empresas ao mesmo tempo com apenas R$ 100 por mês", afirma Lidiane Souto, da corretora Geração Futuro.
Segundo ela, o importante é manter a periodicidade. "Do início de 2008 até maio (de 2008), foi a maior valorização do fundo. Se a pessoa fez uma única aplicação e não colocou mais nada durante a crise, até hoje ela tem um prejuízo em torno de 23%. Aquele investidor que aplicou em 2008 inteiro tem em média lucro de 20% a 30%, dependendo do volume", disse.

Invertia

http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI4712973-EI8177,00.html

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