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quarta-feira, 2 de março de 2011

Corte do "Minha Casa, Minha Vida" deixa ações de imobiliárias atrativas

Após o anúncio do corte no orçamento do programa de habitação "Minha Casa, Minha Vida", as ações do setor imobiliário caíram forte na segunda-feira e estenderam o mau momento para o pregão de terça-feira. A equipe de análise da Votorantim Corretora viu exagero na reação do mercado foi exagerada e acredita que o momento configura-se como uma boa oportunidade de entrada nos papéis setor.
Marcos Pereira, João Arruda e Daniel Fonseca, analistas da corretora, avaliam que o anúncio deve ser encarado mais como uma realocação de recursos do que como um corte propriamente dito, em um leitura preliminar. Isso porque o montanto destinado ao programa, de R$ 7,6 bilhões, representa um aumento em relação ao que foi investido nos dois anos anteriores mesmo com o corte anunciado no começo da semana. 
A corretora acredita também que as empresas listadas em bolsa devem ser pouco afetadas, uma vez que o foco desse corte está nos subsídios concedidos pelo governo aos cidadãos com faixa de renda de até 3 salários mínimos, justamente o segmento com menor exposição por parte de construtoras como Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3), PDG (PDGR3), Rossi (RSID3), Rodobens (RDNI3) e Gafisa (GFSA3).
Visão positiva no longo prazo
Com o anúncio feito pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, na última segunda-feira (28) as ações do setor imobiliário despencaram. Dentre todos os 14 papéis que compõem o IMOB (Índice do setor imobiliário da BM&F Bovespa), 8 fecharam o pregão em baixa. As desvalorizações mais expressivas ficaram com MRV (-5,30%), Cyrela (-2,65%) e Even (EVEN3-2,60%). O IMOB, por sua vez, caiu 1,14%. Nesta terça-feira o mercado continuou a penalizar estas ações, com Cyrela (CYRE3, -4,77%) e Rossi (RSID3, -4,65%) encabeçando as perdas do Ibovespa.
Para os analistas da Votorantim, o fraco desempenho dessas ações está pautado em questões mais profundas, como as incertezas macroeconômicas, o aumento das expectativas futuras de inflação e uma elevação de juros na economia, o que reduziria a atratividade do setor. Porém, a visão é positiva  em um cenário mais amplo. 
"Reafirmamos nossa visão positiva para a demanda neste ano, uma vez que acreditamos não ter ocorrido alteração no racional do consumidor e as alterações de Selic e inflação não devem ter impacto significante", concluíram.
O corte
Pela LOA (Lei Orçamentária Anual) aprovada pelo Congresso Nacional, o orçamento para o programa, que era de R$ 12,7 bilhões, foi reduzido em R$ 5,1 bilhões. Ainda assim, ele está R$ 1 bilhão superior ao de 2010.
De acordo com o que foi anunciado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o corte é justificado pelo fato de a segunda fase do programa estar prevista apenas para abril.
Recomendações
A recomendação da Votorantim Corretora para as ações de Cyrela, PDG, Rossi e Gafisa é de compra.
O preço-alvo estipulado para os papéis da Cyrela é de R$ 28,00, o que representa um potencial de valorização de 77,7% com base no último fechamento. Para a Gafisa os analistas calcularam um preço-alvo de R$ 19,00, upside 91,9% frente a última cotação de fechamento.
Para PDG e Rossi os preços-alvo são R$ 15,00 e R$ 17,50, representando valorizações potenciais de 68,5% e 42,3%. 
MRV e Rodobens estão com recomendação e preço-alvo em revisão pela corretora.

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