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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vale é a mais citada nas carteiras de abril

Vale PNA perde votos, mas segue como a ação mais citada nas carteiras de abril

SÃO PAULO - Embora com menos votos de que no mês passado, a ação preferencial da Vale (VALE5) manteve o posto de ação mais citada nas carteiras recomendadas de abril, sendo citada em 18 dos 31 portfólios monitorados pela InfoMoney - em março, ela apareceu em 22 de 30 carteiras acompanhadas.


A segunda posição foi mantida pelos papéis PN Petrobras (PETR4), com as mesmas 15 indicações - uma a menos do que no mês anterior. Fechando o pódio, uma novidade: saltando dez posições na passagem mensal, as ações preferenciais da Randon (RAPT4) foram citadas em 13 carteiras em abril, oito a mais do que em março.

Ao todo, 31 carteiras de bancos e corretoras foram utilizadas para este levantamento. Os portfólios selecionados foram: Amaril Franklin, Ativa, Banif, BB Investimentos, Bradesco Corretora (2 carteiras), Citigroup, Coinvalores, Fator, Geração Futuro, Geral, HSBC, Itaú BBA, Link Investimentos, Magliano (2 carteiras), Omar Camargo (2 carteiras), PAX, Planner, SLW (3 carteiras), Socopa, Souza Barros, Spinelli, Um, Walpires, WinTrade e XP (2 carteiras).

Entre todas as carteiras publicadas pela InfoMoney em abril, nesta compilação apenas não foram considerados os portfólios com sugestões de ações que tenham perspectiva de pagamento de proventos.

Vale: março conturbado penalizou as ações
Nos outros meses de 2011, as recomendações dos analistas se baseavam no momentum favorável dos preços das commodities metálicas e nos resultados recordes de 2010 da Vale. Já para abril, as atenções deverão se voltar para as turbulências que assombraram a companhia em março, como a cobrança dos quase R$ 4 bilhões de royalties referentes à exploração de minério de ferro, a possível pressão do Governo para que a empresa contribua para a siderurgia nacional e, principalmente, a tumultuada saída do atual presidente da Vale, Roger Agnelli.

"Esses fatos foram suficientes para minimizar o impacto positivo do lucro recrode de 2010 e o cenário positivo para o mercado de minério de ferro no mundo", escreve a Planner Corretora em seu relatório mensal, justificando o motivo para a desvalorização das ações da mineradora em março - os papéis VALE3 recuaram
5,24%, ao passo que os ativos VALE5 caíram 4,46%.

No entanto, a visão dos analistas sobre esses eventos é de que tudo deverá ter um desfecho positivo. No caso da sucessão de Agnelli, o time do Banco Banif destaca que a empresa contratou um headhunter para selecionar o novo CEO. "Se este assunto avançar em abril, mês em que o conselho de administração terá diversas reuniões para encaminhar este assunto oficialmente, o preço das ações tende a reagir positivamente, escrevem os analistas.

Já os analistas da Planner vão além e ressaltam que, por conta da desvalorização vista em março, os papéis ganharam ainda mais atratividade, tendo em vista o horizonte extremamente favorável que eles esperam para a empresa nos próximos resultados trimestrais. "Por esta razão, aumentamos a participação do papel em nosso portfólio de abril", justifica a equipe da corretora.

Sobre a dívida de quase R$ 4 bilhões com o DPNM (Departamento Nacional de Produção Mineral), a Ativa Corretora escreve em seu relatório que esse impasse se resolva na justiça e que não traga prejuízos para a companhia no curto prazo, "embora o fluxo de notícias possa trazer volatilidade para as ações da mineradora". Contudo, seu viés de médio e longo prazo permanece positivo para a empresa.

Além disso, a Ativa também diz que o desempenho das ações da Vale em março acompanhou a trajetória da queda do preço do minério de ferro da China, principal destino das vendas da companhia, que passou de US$ 183/tonelada no início de março para US$ 163/tonelada em meados de março, fechando o mês em US$ 171/tonelada. "Para o mês de abril, a estabilidade do preço em patamres elevados pode favorecer a performance da companhia", comenta a equipe da corretora.

Ação

Recomendações

Vale PNA

18

Petrobras PN

15

Randon PN

13

Itaú Unibanco PN

11

OGX Petróleo ON

11

Lojas Renner ON

9

AmBev PN

8

CSN ON

8

Cemig PN

7

Pão de Açúcar PN

7

Bradesco PN

6

Tractebel ON

6

EzTec ON

6

Hypermarcas ON

6

Localiza ON

6

Vivo PN

6



Petrobras mantém a segunda posição
A disparada das cotações do petróleo no mercado internacional, refletindo as tensões políticas envolvendo países do Norte da África e do Oriente Médio que possuem grande potencial produtivo da commodity, continua sendo um dos pontos mencionados pelos analistas para justificar o call para a ação da Petrobras, mesmo que isso acabe não tendo um impacto direto no desempenho operacional da companhia, tendo em vista sua política de não repassar pro mercado interno os preços adotados lá fora.

Vale mencionar também que a petrolífera apresentou uma queda de 2,8% na produção doméstica de petróleo e gás em fevereiro, o que, aliado à baixa exposição aos preços da commodity no mercado internacional, acabou colaborando para o desempenho abaixo do Ibovespa das ações da empresa durante durante o mês de março - enquanto o índice subiu quase 2%, os papéis ON e PN da Petro tiveram alta em torno de 0,5% e 0,3%, respectivamente.

Contudo, a expectativa de grande parte dos analistas gira em torno de um possível repasse dos preços da gasolina e dos demais derivados neste ano, caso as cotações do barril da commodity continuem em altos patamares lá fora. Os próprios diretores da companhia anunciaram isso recentemente, com o presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, reforçando essa possibilidade na última quarta-feira (6).

No entanto, por se tratar de uma empresa controlada pelo governo, as decisões da Petrobras precisam ter o aval dos governantes do País, que não se mostram muito dispostos a elevar o preço da gasolina. Nessa mesma quarta-feira, o ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou que "a gasolina não vai subir".

Mesmo com todo esse impasse, a ação PN da companhia continua como uma das mais citadas nas carteiras recomendadas, refletindo não só as fortes quedas acumuladas no ano passado por conta de do tumultuado aumento de capital da empresa - o que acabaram deixando as ações em patamares atrativos de compra - como também as perspectivas em relação aos investimentos e atividades na região do pré-sal. Segundo o chefe de Estratégia do Bradesco Asset Management, Joaquim Levy, o setor petrolífero deverá receber cerca de US$ 1 trilhão em investimentos nos próximos anos.

Mas, quando falamos em agressivos investimentos, também temos que falar de endividamento. E olhando para essa questão que a agência de classificação de riso Fitch rebaixou na útima quarta-feira o rating em moeda local da Petrobras, que passou de "BBB+" para "BBB". A decisão foi tomada um dia depois do diretor financeiro e de relação com investidores da companhia, Almir Barbassa, dizer que a elevação do rating brasileiro - realizada na última segunda-feira (4) pela própria Fitch - deveria resultar na elevação da nota da petrolífera, Como a revisão mostra que o Brasil está melhor, Barbassa disse acreditar que também a Petrobras teria que ser melhor avaliada.

Randon completa o pódio após subir 10 posições

Saltando 10 posições em relação ao mês passado, as ações preferenciais da Randon tiveram 8 recomendações a mais nesse mês de abril, aparecendo em 13 dos 31 portfólios monitorados pela InfoMoney. Dois fatores cruciais permeiam a recomendação dos analistas aos papéis da empresa de autopeças. O primeiro deles é a sua atuação em um segmento diretamente exposto ao crescimento econômico do País e também aos maciços investimentos em infraestrutura que devem ser injetados por conta da segunda fase do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

"O cenário de atuação da Randon continua apontando para um desempenho favorável na maioria dos países em que atua", escreve o time da SLW Corretora em seu relatório mensal. Já a equipe da Ativa diz que, embora as recentes medidas adotadas pelo governo para inibir o volume de crédito e a aceleração da atividade econômica possam trazer incertezas aos investidores quanto ao desempenho do mercado automobilístico brasileiro - o que pode trazer volatilidade às ações -, a percepção dela ao setor segue bastante positiva.

O outro fator que colabora para a ação RAPT4 ser bastante citada nas carteiras recomendadas desse mês deve-se ao desconto com o qual ela tem sido negociada em relação aos seus pares no mercado interno. "Enxergamos como atrativo o atual nível de preço e múltiplos que se encontram seus papéis", afirmam os analistas da Planner. Eles destacam ainda as vendas de caminhões no Brasil, que cresceram 47% entre 2009 e 2010, "e que deve seguir em bom ritmo ao longo de 2011", embora abaixo dos níveis de evolução do ano anterior.


Fonte:http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2011/04/07/vale-pna-perde-votos-mas-segue-como-a-acao-mais-citada-nas-carteiras-de-abril.jhtm

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